Samantha Cameroon, participante individual, e Diogo Boca, das Barracudas de Maputo, conquistaram o título de Nadador Completo na 38.ª edição do certame, realizada no sábado (3) e domingo (4) passados, na piscina olímpica do Zimpeto, em Maputo. Boca alcançou o feito pela terceira vez consecutiva, enquanto Cameroon estreou-se com destaque na categoria feminina, relegando a anterior campeã para o segundo lugar do pódio. Organizado pela Associação de Natação da Cidade de Maputo (ANCM) e com o patrocínio da Petromoc, o evento reuniu nadadores dos 8 aos 18 anos de idade, oriundos de clubes moçambicanos e internacionais.
Texto: Dossiers & Factos
O ambiente festivo marcou o início das actividades no sábado, com um desfile liderado pela banda militar e acompanhado pelas escolas participantes, numa demonstração de união e espírito desportivo. Estiveram em prova 213 nadadores que representavam o Clube de Natação Golfinhos de Maputo (34 atletas), Tubarões de Maputo (55), Clube Naval de Maputo (14), Colégio Nyamunda (20), Barracudas de Maputo (52), Ferroviário de Maputo (27), KSC Mpumalanga (3) e nadadores individuais vindos de Sofala e outras províncias.
Brilhos na água, nomes no pódio
Depois das eliminatórias e finais, os resultados foram apurados com base na pontuação geral. A distinção de Nadador Completo — título atribuído aos atletas que somam a maior pontuação nas provas de diferentes estilos — coube a Samantha Cameroon, com 2186 pontos, e Diogo Boca, com 2241 pontos. Na vertente de natação adaptada, os premiados foram Lúcia Fliege no feminino e Gabriel Madeleine, dos Golfinhos de Maputo, no masculino, numa demonstração clara da inclusão de atletas com necessidades especiais na modalidade.
Segundo Fernanda Matsinhe, 2.ª vice-presidente da ANCM, “um nadador completo é completo nos cinco estilos que são mariposa, costas, bruços, livres e 200 estilos. Ser nadador completo significa que pode nadar à vontade nos estilos que existem nesta competição”.
Mais do que natação, um pilar social
Desde a sua criação em 1987, o Nadador Completo tem sido uma plataforma essencial para o desenvolvimento da natação em Moçambique. Inicialmente sem distinção por escalões etários e focado em resultados absolutos, o torneio evoluiu para um modelo mais inclusivo e estruturado. Para além da vertente competitiva, o evento tem contribuído para a resolução de problemas sociais enfrentados por muitos atletas, como o pagamento de propinas escolares e o apoio à continuidade na prática desportiva.
Realizado com regularidade graças ao apoio da Petromoc, o torneio é hoje uma das mais importantes provas do calendário nacional e uma etapa obrigatória para efeitos de ranking. “A Petromoc aposta em nós há anos e nunca faltou aos compromissos, está sempre connosco, desde que somos parceiros”, sublinhou a 2.ª vice-presidente da ANCM.
Com a forte adesão dos clubes, o Nadador Completo reafirma-se como trampolim para que nadadores moçambicanos alcancem patamares internacionais. Espera-se que a próxima edição continue a impulsionar talentos nacionais e a consolidar a modalidade no país.